Alguém me explica este fenómeno?...

Como médica e cidadã de um país com boas tradições, há algo que me surpreende e que me deixa a pensar...

São imensas as pessoas que se preocupam – e muito bem – com o tempo que as crianças e os jovens gastam em frente a uma televisão, computador, telemóvel ou tablet. Basta ver o número de partilhas sempre que se publica um artigo sobre este tema. Confesso que não sei se isso tem implicações na prática, mas a verdade é que a preocupação existe.

Também há muitas pessoas que estão sempre atentas àquilo que se serve nas cantinas escolares, o que, a meu ver, é bom, sobretudo se os pais fizerem um esforço por controlar aquilo que os seus filhos comem, na realidade. Há miúdos que abdicam da sopa, do peixe, da salada e da fruta!... 

Curiosamente – e é isto que me baralha , nem sempre existe a mesma preocupação no que toca à alimentação lá em casa…

Porque será?

Continuamos a encontrar famílias que têm, nas suas despensas e nos seus frigoríficos, cereais, bolachas, bolinhos e iogurtes cheios de açúcar… refrigerantes e outras bebidas, como o ice-tea, para USO NO DIA A DIA.

Continuamos a encontrar pais que facilitam, deixando os seus filhos comerem o que querem, à hora que querem… e onde muito bem lhes apetece...

Continuamos a ver crianças de todas as idades a comerem gomas e chocolates quase todos os dias!

A verdade é que, se observarmos com atenção, são cada vez mais as crianças com excesso de peso (ou com barriguinha...) que encontramos na rua.

Alguma coisa não está bem... 

Alguém me explica este fenómeno?...

Onde será que a mensagem está a falhar???

Ou será que não é a mensagem que está a falhar?...

O que está a falhar, muito provavelmente, é a tomada de consciência de que não basta saber o que fazer. É preciso FAZER.

Vale a pena refletir sobre isto!

Com um abraço amigo,

Manuela Mota Ribeiro

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